A Revolta Zapatista em Chiapas Completou 30 Anos!
O movimento Zapatista em Chiapas, no México, se prova hoje mais do que nunca uma inspiração para a América Latina e para o mundo. Durante três décadas a experiência de caráter socialista libertária vem resistindo, crescendo de várias formas e se recusando a ter suas várias vozes sufocadas ao enviá-las para o mundo afora como um sinal de esperança.
No primeiro de janeiro de 1994 o Exército Zapatista de Libertação Nacional começou o levante contra o governo do México, tendo como causa principal os direitos dos povos originários da região que vinham sido não somente ignorados como violados pelo governo mexicano, mas também uma série de reinvidicações como a reforma agrária, oposição à entrada do México na NAFTA, assim como sua ideologia neoliberal e o fim da exploração do meio ambiente local por corporações estrangeiras. Após 12 dias de conflito o Estado mexicano pediu um cessar fogo que marcou o sucesso da revolta. Desde então em Chiapas existe um considerável território autônomo zapatista que está em processo de expansão.
O caráter revolucionário do Zapatismo ficou muito claro desde então. Cada município rebelde passou a funcionar através de democracia direta, a terra foi coletivizada de forma comunal ou cooperativa, a destruição ambiental deu lugar para a ecologia social, o patriarcado passou a ser combatido através das leis revolucionárias das mulheres, além de muitas outras medidas que tiraram o controle de Chiapas da classe capitalista e o entregou ao povo.
O quão relevante para nós no Brasil poderia ser essa revolta que aconteceu no México? Muito, surpreendentemente relevante. Quando a direita do Brasil, assim como os reacionários no “centro” e até os que se dizem de esquerda, não estão fazendo todo o esforço possível para não falar a fundo do Zapatismo, estão tentando desmerecê-lo nas poucas ocasiões onde recebe alguma atenção.
O motivo principal de tanta relevância para nós quanto à postura dos reacionários a respeito é bem simples: O que está acontecendo em Chiapas é pura e simplesmente a tomada da propriedade privada dos meios de produção pelo próprio povo, quanto mais refletimos sobre isso mais podemos perceber por que o Zapatismo invoca o ódio da burguesia ladra e seus lacaios, tanto os lacaios posicionados na direita, que é o devido lugar deles, quanto os infiltrados dentro da esquerda.
O mero fato do território autônomo zapatista existir é um desafio e uma evidência irrefutável que a visão de mundo hierarquiazada está errada. O povo em Chiapas não precisa de chefes, nem de proprietários, nem de herdeiros, nem de burocratas, nem de “estadistas”, nem de patrões, nem de governantes, nem de uma elite ou de senhores ou de qualquer tipo de bandido oportunista que faz o papel de pelego dentro da esquerda.
¡Viva Zapata!
A classe vencerá.
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