Nova Plebe

Conciliação de Classes Pode, Mas Pronome Neutro Não – Veja o Fracasso da Esquerda Institucional.

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No último sábado, 24 de agosto de 2024, Guilherme Boulos, candidato a prefeitura de São Paulo, havia postado um vídeo onde aparece cantando uma versão do hino nacional do Brasil que utiliza o pronome neutro.
Este pequeno gesto foi o bastante para enfurecer o todo da “esquerda” institucional reacionária, chapa-branca e traidora de classe que denunciamos neste jornal há tanto tempo.
Não foi o abandono da luta de classes que fez esta esquerda criticar Boulos.
Não foi a entrega de ocupações para a classe capitalista e de militantes para a polícia que fez esta esquerda criticar Boulos.
Não foi o abandono da pauta revolucionária que fez esta esquerda criticar Boulos.
Foi um pequeno gesto de inclusão que fez esta esquerda criticar Boulos.
Henry Bugalho, um dos maiores responsáveis por corromper a “esquerda” com a pauta liberal no Brasil e vender a narrativa que revoluções são banhos de sangue, fez um vídeo indistinguível do de qualquer bolsonarista sobre o assunto.
A dupla Helder e Bezzi, do Galãs Feios, chamou o ocorrido de “dar munição para a direita”. Como se o ato da dupla de reagir constantemente a vídeos da direta e dar palco para a mesma não fosse “dar munição”.
Alguns dos comentários do Brasil 247 foram piores do que a média já baixa do portal. Esta talvez tenha sido a menor surpresa.
Existem ainda outros exemplos, mas de qualquer forma a linha dos pelegos é clara: traição de classe é “estratégico” e “aceitável”, mas inclusão LGBTQIA+ é inaceitável.
Lutar pelas causas populares é lutar contra a esquerda entreguista e da chapa branca, nós constantemente denunciamos esta “esquerda” aqui por um motivo.
Luta contínua contra o entreguismo.
Luta contínua contra a conciliação de classes.
Luta contínua contra o “anti-identitarismo”.
Luta contínua até a revolução.
A classe vencerá.

Comentários

4 comentários a “Conciliação de Classes Pode, Mas Pronome Neutro Não – Veja o Fracasso da Esquerda Institucional.”

  1. Avatar de Wild Cat
    Wild Cat

    O pior de tudo isso é que o Boulos não está nem aí para a comunidade trans, ele só fez isso para chamar atenção e ganhar mais votos na Esquerda. E essa mesma “Esquerda” que ele queria chamar a atenção (de forma positiva) caiu matando e pelos motivos errados.

  2. Avatar de lieksa_indignada
    lieksa_indignada

    Não seria interessante também criticar essa suposta inclusão que se dá através do uso da linguagem não-binária no hino nacional, posto que o que se conhece por Brasil, nada mais é do que o produto de séculos de extermínio, espoliação e estupro? O Brasil é o país que mais mata mulheres trans e travestis no mundo. Cantar o hino nacional empregando linguagem não-binária não vai alterar isso. Uma revolução social, sim.

    1. Avatar de Samuel N. Marques
      Samuel N. Marques

      Olá Lieksa, obrigado pelo comentário.
      Quanto a revolução social como solução, creio que o final do artigo e em especial a penúltima linha, tenham deixado evidente a posição tomada no artigo, vou reproduzi-las por questão de organização:

      Luta contínua contra o entreguismo.
      Luta contínua contra a conciliação de classes.
      Luta contínua contra o “anti-identitarismo”.
      Luta contínua até a revolução.
      A classe vencerá.

      Tendo enfatizado este fato, o final do seu comentário me deixou a entender que (por favor me corrija caso esta seja uma interpretação errada) que nós deveríamos nos preocupar somente com atos ou lutas que tem implicações imediatamente revolucionárias, oque implica até certo ponto em ignorar parte do processo de se construir o poder popular. Neste quesito eu me pauto em Malatesta quando ele afirma no Programa Anarquista que:

      “Devemos procurar que o povo, na sua totalidade ou nas suas frações, exija, imponha e tome para si todas as melhorias e todas as liberdades que deseja, à medida que for sentindo a sua necessidade e tenha força para as impor; e, propagandeando sempre inteirinho o nosso programa e lutando sempre pela sua aplicação integral, devemos empurrar o povo a pretender e a impor sempre mais enquanto não tiver alcançado a emancipação completa.”

      Claro que estas lutas precisam se direcionar rumo a Revolução Social, e isto só será possível justamente se nós estivermos presente dentro delas, e não deixando a questão de lado em favor da conciliação com os reacionários, o artigo é sobre isso.

      Agora sobre a questão do símbolo nacional e a problemática dele, eu tenho uma crítica a esta crítica: ela é insuficiente e não vai até a raiz do problema.

      Os símbolos nacionais brasileiros são problemáticos? Sem sombra de dúvidas! Deveríamos abandoná-los completamente? Digo que sim com toda a certeza! Mas os símbolos nacionais são somente a crosta do verdadeiro problema: a própria ideia de Brasil.

      O Estado é, é claro, uma introdução colonial no “Brasil”. Assim como o ideal de nação brasileira é uma fabricação colonial, uma união abstrata que justifica que o “Brasil” continue existindo como uma verdadeira prisão dos povos, para fazer um paralelo com o anti-imperialismo russo.

      A única forma coerente de se ser não somente anarquista, mas socialista de qualquer tipo no Brasil é com a oposição ao Estado-Nação do Brasil, ou seja, ter um posicionamento anti-nacionalista. Isto necessariamente inclui um abandono de qualquer patriotismo pelo Brasil, do ideal de Brasil, do Estado no Brasil e de muitas outras coisas. Também do abandono da simbologia nacional, é claro.

      Com tudo isto eu quero dizer que não, não julgo interessante esta crítica quanto a origem problemática dos símbolos nacionais porque esta é uma luta pela metade, e com lutas pela metade não se faz uma revolução completa.

      Novamente muito obrigado pelo comentário e por acompanhar nosso jornal! Bom dia, tarde ou noite.

      Edição: gostaria de fazer um pequeno adendo para lembrar que a minha postura de oposição ao Estado-Nação do Brasil não implica no abandono da procura por independência no cenário internacional.

    2. Avatar de Sabrina Sousa Carvalho
      Sabrina Sousa Carvalho

      Simplesmente perfeito

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