Este será um artigo de opinião. Porém, com mais perguntas que respostas.
Com a declaração da Venezuela de que Essequibo agora será parte de seu território, toda a conversa facilmente se perde em narrativas e contranarrativas, as palavras nas bocas das pessoas são sobre ouro, petróleo, prata e exploração da zona natural, é sobre como servir o capital, sobre a quem servir. Um império do norte ou um país local?
Então nos resta perguntar: se ouro e petróleo são os motivos para a construção de toda essa narrativa e reforma, como ficam os povos? Como os povos indígenas serão tratados independente de quem vencer?
Creio que caso Guiana saia vitoriosa diplomaticamente, os Estados Unidos irão imediatamente implementar dezenas de bases militares para proteger os recursos naturais que julgam os pertencer. Como quaisquer superpoderes capitalistas, julgam que o mundo natural lhes é de direito e quem está abaixo deles deve aceitá-los ou morrer.
Caso a Venezuela vença, é preocupante o tratamento que será dado aos povos indígenas da região. Como serão tratados? Serão respeitados em suas autonomias? Ou serão tentativamente integrados a uma sociedade capitalista, tendo sua cultura apagada e eliminada? Povos da região, como os Waiwai, já sofrem com intensa interferência de missionários evangélicos americanos, brasileiros e missionários católicos que tentam, assim como fizeram com diversos povos, espalhar sua religião, historicamente por meios escusos, abusivos e de apagamento cultural. Como esses povos ficarão?
E quem falará por esses povos? Quem serão seus porta-vozes? Quem estará à frente? Perguntas ainda sem respostas ou que sequer se pode imaginar o que acontecerá… Porém, é fundamentalmente preocupante.
Só resta esperar que essas perguntas sejam respondidas e que as respostas não levem ao assimilacionismo ou coisas piores.
Edição: Lucas Rodrigues.
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