Nova Plebe

Jessé de Souza Falou Asneira – O Retorno



No último domingo, dia 03 de novembro de 2024, o sofista profissional e ideólogo da classe capitalista brasileira Jessé de Souza deu outra entrevista, dessa vez para a também reacionária Folha de São Paulo, onde continuou a deixar evidente o futuro da “esquerda” pelega: abandono da luta de classes em favor de um ideal nacional.

Jessé começa a passar esta ideia de forma lenta, indireta, em afirmações como:
“A concepção liberal da sociedade é parecida com a concepção marxista no sentido de que se preocupam principalmente com questões materiais”.

Se tratasse de uma pessoa menos maliciosa esta poderia ser apenas uma crítica a respeito de como alguns marxistas tem uma leitura positivista do assunto e ignoram a luta pela hegemonia, em termos gramscianos, mas note algumas coisas.

Primeiramente, esta afirmação foi generalizada para o marxismo todo, em segundo lugar o mesmo foi igualado com o liberalismo.

Continuando esta linha de pensamento, ele fala de uma “alternativa” em termos muito vagos e abstratos:


“O que acho importante é perceber o que poucos percebem, a carência simbólica, ou seja, a necessidade moral de superar uma situação de humilhação intragável para qualquer ser humano”.


Mas, mesmo em meio a mais conversa vaga e abstrata, Jessé ainda revela em outro trecho sua verdadeira intenção:



“Getúlio Vargas, por exemplo, tinha uma mensagem política de valorização da dignidade do povo. O problema não é apenas que a esquerda atual não sabe fazer isso. Minha impressão é que nem estão tentando.”




Aqui eu gostaria de fazer uma pergunta para você, oque significaria uma “mensagem política de valorização da dignidade do povo”? Quais poderiam ser as medidas para construir uma “mensagem política de valorização da
dignidade do povo”? Quem pode apontar uma medida clara e concreta que leve a isso?

Essa ideia de “mensagem política de valorização da dignidade do povo” não passa de nada com nada. É apenas uma sentença desnecessariamente complicada e abstrata demais para ser levada para a prática. Jessé sabe muito bem disso e fez de propósito, isso porque como é de se imaginar ele não se importa com a dignidade do povo, o plano de Jesse é outro.

O seu plano como apontei em meu artigo anterior sobre ele, e como ele mesmo confirmou mais uma vez, é Getúlio Vargas.

O plano de Jessé é o Varguismo.

O plano de Jessé é o Estado Novo.

O plano de Jessé é acabar com o movimento socialista e com a luta de classes no Brasil em favor de uma ideia abstrata de “povo”.

Este projeto visa que as pessoas abandonem as lutas populares, a luta pelas ocupações, a luta do sindicalismo classista, a luta pela reforma agrária, a luta pela libertação de minorias sociais e tantas outras pautas segundo os interesses imediatos das massas em favor de uma “mensagem política de valorização da dignidade do povo”, seja lá oque isso signifique.

Em outras palavras, Jessé aparentemente planeja viver em conforto, pregando sobre a “mensagem política de valorização da dignidade do povo” e sobre como a ditadura de Getúlio Vargas supostamente teve benefícios, enquanto o resto de nós aparentemente deveríamos aprender a encher a barriga com conversa fiada ao invés de pão.

Nós anarquistas temos um modo de operar inverso ao de Jessé.
Nós precisamos estimular todas as lutas progressistas e populares.
Nós precisamos não somente mostrar como, mas dar o exemplo de como o povo pode suprir e garantir suas necessidades.
Nós sabemos que a esquerda precisa de ação (direta) e não de conversa.

A classe vencerá.


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