Mais uma vez os elementos reacionários dentro da esquerda falharam.
E mais uma vez a “análise” deles estava errada, se é que se pode chamar assim. Assad não protegeu a Síria do imperialismo e seu regime não foi um mal necessário para isso.
Assad tanto não enfrentou o imperialismo que o próprio Estado de Apartheid de Israel admitiu isso, as forças de Assad nunca dispararam uma única bala contra a máquina de guerra do fascismo israelense, isso por admissão de Israel.
É claro, os campistas do tipo reacionário que fingem se importar com o socialismo, mas que colocam um suposto anti-imperialismo acima da revolução, não mencionam para ninguém os mais de 15 bilhões de dólares do USAID que foram mandados para a Síria, assim como escondem a sete chaves que na Síria se torna um fato mais e mais conhecido que o irmão do próprio Assad (Maher al-Assad) era um agente americano. Para esses campistas só importa acusar a oposição do ditador de serem agentes do imperialismo.
Estes mesmos campistas reacionários chegam ao nível que Assad era necessário para a luta contra Israel no Líbano. Mentira pura, enquanto Assad não fazia nada a respeito no passado, Israel está em combate com a oposição neste exato momento.
Na verdade, a própria resistência palestina parabenizou a Síria pela mudança de regime, mas este detalhe os reacionários que tentam roubar a causa legítima do anti-imperialismo não te contam.
Mas se a narrativa reacionária acabou de se queimar ao ponto de não sobrarem nem as cinzas, oque está realmente acontecendo na Síria?
Além dos resultados de qualquer operação militar, estamos assistindo não é nada mais nada menos que o ponto de explosão da ideologia na Síria.
O Sr. Assad forçou a barra ao máximo possível para fazer que os povos na Síria aceitassem a própria opressão com a desculpa do Baathismo, uma ideologia de nacionalismo árabe e de suposto socialismo a qual cada premissa era falsa.
Assad, o demagogo, prometeu união nacional através do nacionalismo árabe. O resultado foi a alienação de todas as minorias étnicas da Síria, incluindo armenes, curdes, circassianes e outras.
Assad, o Paulo Guedes do oriente médio, prometeu melhorias de vida para a população, mas entregou privatizações e roubalheira, com direito a uma coleção de carros de luxo enquanto o povo sofria em meio a uma guerra civil.
Assad, o déspota, prometeu paz social, mas entregou vigilância constante, torturas, incontáveis prisões (locais) secretas e igualmente incontáveis prisões injustas.
Assad, o amante da guerra, prometeu união entre o cristianismo e o islã quando suas ações durante a guerra civil provaram que esta não era sua real política.
Assad, o carniceiro, continua tendo suas atrocidades reveladas para o mundo, seja por meio de histórias, relatos, documentos vazados, ou covas sendo abertas.
E agora, Assad, o medroso, se acovardou de vez.
A fuga de Bashar Al-Assad, seguida pela queda de seu governo, foi amplamente comemorada pelos povos sírios em sua casa e por todo lugar no mundo onde estão presentes os milhões de refugiados pela brutalidade de Assad, seus capangas, e pelas consequências de suas decisões e seu governo.
Existem incontáveis evidências que a queda do regime de Assad está sendo comemorada em massa na Síria. Festas e reuniões em público onde o povo demonstra uma contagiante e genuína alegria foram registradas em horas e horas de vídeos, as estátuas do tirano e sua propaganda estão sendo destruídas por uma massa popular alegre.
Além de tudo isso, é bem visível que não há mais em lugar algum da Síria a bandeira do antigo governo, agora as bandeira republicanas da oposição estão em cada esquina, além de outra também…
Só está crescendo o apoio às Forças Democráticas Sírias (SDF), que mesmo que sejam o novo governo ou liderem a oposição, representam um legítimo projeto socialista libertário no Rojava e para o oriente médio como um todo.
O Partido dos Trabalhadores Curdos com suas Ligas de Defesa Popular, o Conselho Nacional de Bethnahrain e várias outras forças unidas em defesa da revolução só ganham mais e mais apoio entre a população, e sobrevivem mesmo com ataques de todos os lados por parte do banditismo da Turquia.
A experiência do Confederalismo Democrático no Rojava, um exemplo para o mundo com sua promessa bem real e baseada em democracia direta, libertação para mulheres e minorias étnicas, ecologia social, economia cooperativa, e muitas outras maravilhas, sobrevive mesmo com todos os ataques, inclusive está começando os contra-ataques para defender a revolução.
Mas não só devido à organização oficial e a um território já liberto, está acontecendo uma revolução social na Síria neste exato momento.
Enquanto escrevo este artigo, se expande uma série de conselhos populares de modelo anarquista por toda a Síria, baseados primariamente na teoria de Omar Aziz, e que já havia começando há mais de uma década.
O recente novo governo da HTS e a agressão do Estado da Turquia são os últimos obstáculos para a libertação no país e para o pleno poder popular por lá.
A realidade na Síria é de grande possibilidade de revolução e só cresce graças as iniciativas do povo e das ações inteligentes de sues revolucionáries. Vamos manifestar nosso apoio para a causa revolucionária na Síria, vamos ver a vitória do maior movimento progressista da atualidade!
A classe vencerá.