Algo impressionante está acontecendo devido ao estado gravíssimo do mundo: a justiça das democracias liberais (repúblicas liberais) lembrou que não se pode deixar ser derrubada e voltou a trabalhar!
No Brasil, Jair Bolsonaro já é réu por tentativa de golpe, acusação da qual ele dificilmente vai escapar e já estava inelegível. Na Alemanha, o partido fascista AFD (Alternative für Deutschland, Alternativa Para a Alemanha) entrou oficialmente na mira da justiça, sinal que talvez o Estado alemão tenha aprendido com o fim que tomou a República de Weimar. Nos Estados Unidos até centristas e liberais estão clamando por uma insurreição contra o governo de Donald Trump, inclusive usando o termo “insurreição” com todas as letras. Pode-se apontar que algumas destas ou outras medidas são insuficientes (e são mesmo), mas não se pode negar que o republicanismo liberal está começou um movimento mundial de autopreservação.
Levanta-se a pergunta: ainda precisamos de anarquistas? A resposta claramente é sim, mas precisamos elaborar.
É fato conhecido que foi o movimento revolucionário que apontou desde o começou, quando figuras como Bolsonaro e Trump tiveram seus primeiros minutos de atenção midiática, que se tratavam de fascistas e que precisavam ser combatidos quanto antes. Somente por este aviso, que se tivesse sido seguido na época evitaria muita dor e sofrimento para os povos do mundo, já se pode dizer que o movimento anarquista foi e é necessário, mas há mais:
como também apontamos há muito tempo, o fascismo é um mecanismo das classes privilegiadas para manter seu lugar; portanto, se não houver classes privilegiadas ou Estado para poderem sustentar seu privilégio, ultimamente o mundo se livrará da ameaça do fascismo, suas perseguições e genocídios.
Isto é, para irmos além de remediar o fascismo e de fato solucionarmos o problema, precisamos entender que o remédio é em duas palavras: socialismo libertário!
E digo ainda mais, se o fascismo é um mecanismo para a manutenção do privilégio, se analisado como besta, o instinto dele é antes de todos os outros um único e primordial: defesa da propriedade privada.
Não é à toa que o grande financiador civil do fascismo é sempre um ricaço, seja Luciano Hang ou Elon Musk, e que o regime fascista tem amplo apoio dos milionários e bilionários de forma mais velada ou low-profile. É essa a gente que o fascismo defende ao atacar a esquerda, e tirar os meios para esta mesma classe continuar recriando o fascismo só pode vir de uma forma: fim da propriedade privada dos meios de produção e distribuição de bens.
Todo o mundo, eu e você estamos nos finalmente em uma mesma escolha binária: permitir que os meios para nos massacrar continuem existindo ou não. Escolha bem!