Ao longo das últimas décadas, diversos movimentos surgiram como forma de resistência de minorias que se encontram em situação de humilhação, marginalização e preconceito. Muitos desses grupos usam a arte como ferramenta de expressão, mobilização e até conscientização das pessoas sobre uma determinada pauta. Dentre as diversas expressões artísticas presentes atualmente, a poesia possui um papel essencial, pois através das palavras, o público é convidado a se colocar em um estado de reflexão acerca dos problemas que nossa sociedade enfrenta. Justamente nesse contexto se faz necessário o slam.
Criado nos Estados Unidos em 1984 e trazido ao Brasil em meados dos anos 2000, o slam é uma competição de poesia falada que ocorre geralmente em espaços públicos como praças, parques e até em estações de metrô. Cada participante (ou como chamado dentro das competições, “slammer“) tem cerca de 3 minutos para apresentar seus poemas autorais sem acompanhamento musical ou objetos, as poesias são avaliadas pelo júri que dá uma pontuação que varia de 0 a 10. Esses textos podem ter como tema diversas questões, incluindo pautas contra problemas sociais como racismo, transfobia, desigualdade social e entre outros.
No Brasil, o slam tornou-se um símbolo de resistência, pois através da poesia, jovens e adultos podem expressar sua revolta. O slam no Brasil dá voz para quem a sociedade cala, dá forças para pessoas periféricas, LGBTQIAP+, negras, indígenas e muitas outras que vivem na marginalização e opressão. Esse movimento é um sinônimo de resistência de quem cresceu aprendendo que deveria se encaixar em um padrão imposto.
Para finalizar trago aqui algumas referências dentro do slam nacional:

• Roberta Estrela D’Alva: Mulher e negra, atualmente atua no Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.
• Slam Resistência: Um dos maiores nomes dentro das competições de slam.
• Slam da Guilhermina: assim como o Slam Resistência, um dos maiores grupos de competições.
• Vini Alceu: Homem e negro, atualmente atua no Coletivo Slam 015.
• Slam Interescolar: Esse campeonato diferente dos outros, acontece entre escolas e é organizado pelo Slam da Guilhermina.
• Tawane Theodoro: Mulher, negra, atualmente atua no Sarau do Capão além de dar aulas no slam interescolar.