Nesta quarta-feira, dia 21 de maio de 2025, Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, diplomatas de Israel, foram mortes.
O suspeito, Elias Rodriguez, publicou um manifesto interessante a respeito da causa palestina.
Enquanto nós do Nova Plebe obviamente estamos em conformidade com a lei e não aprovaríamos um assassinato, nós nos opomos ainda mais ao Apartheid israelense, sendo este documento possivelmente de importância histórica para libertação palestina, nós vamos publica-lo traduzido para o português puramente devido a nossa consideração por esta mesma causa, segue o texto na íntegra:
“Halintar” é uma palavra que significa algo como trovão ou raio. Na sequência de um ato, pessoas procuram por um texto para fixá-lo um significado, então aqui está uma tentativa. As atrocidades cometidas por Israelenses contra a Palestina desafiam descrição e desafiam qualificação. Ao invés de ler descrições, na maior parte, nós as assistimos desenrolar em vídeo, às vezes ao vivo. Após alguns meses de rápido crescimento do número de mortos, Israel obliterou qualquer capacidade de até mesmo continuar a contagem dos mortos, o que serviu bem ao genocídio. No momento em que escrevo o ministério da saúde de Gaza registra 53.000 mortos por força traumática, pelo menos dez mil soterrados em escombros, e quem sabe quantos milhares mais mortos por doenças preveníveis, fome, com dezenas de milhares agora em risco de fome iminente devido ao bloqueio de Israel, tudo possibilitado pela cumplicidade dos governos do Ocidente e Árabes. A informação do escritório de Gaza inclui os dez milhares soterrados em escombros com os mortos de seu próprio cálculo. No noticiário continua-se falando de “dez milhares” há meses, apesar do contínuo aumento de escombros e repetidos bombardeamentos de tendas em meio aos escombros. Como a contagem de mortos do Iêmen que ficou congelada em alguns milhares por anos enquanto sob bombardeamento Saudita-Britânico-Americano antes de ser tardiamente revelado o número de 500 mil mortos, todos esses números são quase certamente uma subcontagem criminosa. Eu não tenho dificuldade em acreditar nas contagens que colocam os mortos em 100.000 ou mais. Mais foram assassinados desde março deste ano do que durante a “Protective Edge” e “Cast Lead” somadas. O que mais a este ponto pode alguém dizer sobre a proporção de humanos mutilados e queimados e explodidos que eram crianças. Nós que deixamos isso acontecer nunca merecemos o perdão dos Palestinos. Eles nos deixaram informados disso.
Uma ação armada não é necessariamente uma ação militar. Normalmente não é. Normalmente é teatro e espetáculo, uma qualidade que compartilha com várias ações não armadas. Protesto não violento nas semanas de abertura do genocídio pareciam um sinal de algum tipo de virada. Nunca antes haviam tantas dezenas de milhares se juntado aos palestinos nas ruas pelo Oeste. Nunca antes haviam tantos políticos americanos sido forçados a conceder que, pelo menos retoricamente, os palestinos também eram seres humanos. Mas até agora a retórica não resultou em muito. Os próprios Israelenses se gabam sobre o seu choque nas mãos que os americanos lhes deram gratuitamente para exterminar os palestinos. A opinião pública se voltou contra o estado genocida de apartheidista, e o Governo Americano apenas encolheu os ombros, eles irão fazê-lo sem apoio da opinião pública então, criminalizar na medida do possível, sufocá-la com brandas garantias de que estão fazendo tudo o que podem para restringir Israel onde não podem simplesmente criminalizar protestos. Aaron Bushnell e outros se sacrificaram nas esperanças de parar o massacre e o Estado trabalha para fazer com que seu sacrifício tenha sido feito em vão, que não há esperança para a escalada de Gaza e nenhum ponto em trazer a guerra para casa. Não podemos deixá-los suceder. Os seus sacrifícios não foram em vão.
A impunidade que representantes do nosso governo sentem na cumplicidade desse massacre deve ser revelada como uma ilusão, então. A impunidade que vemos é o pior para nós na imediata proximidade dos genocidas. Um cirurgião que tratava vítimas do genocídio Maia pelo Estado da Guatemala reconta o caso em que ele estava operando um paciente que havia sido ferido criticamente quando, de repente, homens armados entraram na sala e executaram o paciente à tiros na mesa de operação, dando risadas enquanto o matavam. O cirurgião disse que a pior parte foi ver os assassinos, bem conhecidos a ele, andarem abertamente nas ruas nos anos que seguiram.
Em outros lugares, um homem de consciência tentou jogar Robert McNamara para fora de uma balsa que ia para o Vinhedo de Martha, ao mar, perfumado da mesma impunidade e arrogância que ele viu naquele carniceiro no Vietnã sentado no saguão de uma balsa rindo com seus amigos. O homem se incomodou com a “postura” de McNamara, que lhe dizia: ‘Meu histórico é bom, e posso estar curvado sobre um bar como este com meu bom amigo Ralph aqui, e você vai ter que aguentar’”. O homem não teve sucesso em arremessar McNamara da passarela para a água, o ex-secretário de estado conseguiu se segurar no corrimão e escalar com seus pés, mas o atacante explicou o valor da tentativa dizendo “Bem, eu o levei para fora, só nós dois, e de repente o histórico dele não era tão bom, era?”.
Uma palavra sobre a moralidade de demonstrações armadas. Aqueles entre nós contra o genocídio tiram satisfação em argumentar que culpados e cúmplices abriram mão de sua humanidade. Eu simpatizo com este ponto de vista e entendo o seu valor em suavizar a psique que não consegue aceitar as atrocidades que testemunha, mesmo que por uma tela. Mas a inumanidade se demonstrou à tempo extremamente comum, mundana, prosaicamente humana. Um propagador pode ser um pai amoroso, um filho filial, um amigo generoso e caridoso às vezes quando lhe convém e às vezes até mesmo quando não o convém, e ainda ser um monstro na mesma medida. Humanidade não isenta ninguém de responsabilidade. A ação que teria sido moralmente justificada 11 anos atrás durante o “Protective Edge”, por volta da mesma época em que eu me tornei agudamente consciente de nossa brutal conduta na Palestina. Mas acho que para a maioria dos Americanos tal ação teria sido negligível, teria parecido loucura. Fico feliz que pelo menos há vários americanos para os quais a ação será altamente legível e, ironicamente, a única coisa sana a se fazer.
Eu te amo Mãe, Pai, irmãzinha, o resto de minha família, incluindo você, O*****
Palestina Livre.”
Consultoria feita pela redação.
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